
Durante a 18.ª reunião anual do Fórum da Governação da Internet, que teve lugar em Quioto, de 8 a 12 de outubro de 2023, a Insafe – rede europeia de Centros Internet Segura – contribuiu com um workshop no dia 0 com a temática Participação Juvenil: cocriação na rede Insafe.
Na segunda parte do workshop, organizado pela Insafe e em colaboração com os Centros Internet Segura de Portugal, Bélgica, Malta, Polónia e Reino Unido, os trabalhos focaram-se no empoderamento dos jovens e na inclusão de crianças e jovens em situações de vulnerabilidade.
O SWGfL do Reino Unido colaborou na pesquisa que concluiu que crianças com deficiência têm 3 a 7 vezes maior probabilidade de receber alguma forma de abuso online. Há que criar espaços online seguros e inclusivos que reconhecem as diferenças e implementam soluções de segurança que priorizam as pessoas.
O Centro Internet Segura Português foi um dos pioneiros no desenvolvimento de recursos acessíveis por defeito. Os recursos consistem numa série de dez episódios em português, com áudio-descrição e Língua Gestual Portuguesa e também legendado em inglês. Para a criação destes vídeos, organizou-se um focus group com crianças e atores para discutir tópicos relacionados com segurança online que iam ser abordados nos vídeos e a linguagem utilizada nos guiões, de forma que esta fosse acessível para crianças. Estes vídeos foram divulgados maioritariamente em escolas portuguesas em atividades de sensibilização.
O Centro Internet Segura Belga, Child Focus Belgium, referiu as atividades de inclusão direcionadas a crianças no espetro do autismo ou dificuldades de aprendizagem, porque o centro apercebeu-se que certos recursos não eram acessíveis para estas crianças e por isso precisavam de ser adaptadas com uma linguagem mais compreensiva e até o design do website precisou de ser atualizado. O recurso Star+, que é um recurso educativo online direcionado a promover uma utilização segura e responsável do uso da internet para pessoas com 10 e mais anos que estão no espetro do autismo também foi mencionado. Esta ferramenta gratuita pode ser utilizada por profissionais em centros, tal como em educação especializada e de integração. Este recurso educativo auxilia num diálogo aberto sobre vários tópicos como segurança online, a fiabilidade da informação e a diferença entre amigos online e offline, como também relacionamentos online.
O Centro Internet Segura Polaco, falou sobre as intervenções feitas a refugiados ucranianos desde o início do conflito em 2022, onde mais de 16 milhões de refugiados passaram a fronteira, sendo a maioria mulheres e crianças. Atualmente, um milhão de refugiados ucranianos vive na Polónia e a maioria das crianças frequenta escolas polacas (200 mil). O Centro providencia às crianças recursos educativos sobre segurança online na sua língua nativa e também tradução para ucraniano de grandes eventos educativos. A linha de auxílio polaca tem um assistente que fala ucraniano e pode dar apoio às crianças ou professores com problemas online. No NASK, que coordena o CIS Polaco, existe um departamento especializado à luta da desinformação, maioritariamente relacionada com a guerra na Ucrânia.