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C-Days 2022. O maior evento sobre cibersegurança em Portugal
Date
16-06-2022
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Na passada semana, decorreu a 8.ª edição da conferência anual C-Days. A iniciativa reuniu vários oradores que abordaram os temas Riscos e Conflitos, Políticas Públicas, Economia, Inovação e Tecnologias Futuras, sob o mote “Apostar na Prevenção”.

O primeiro dia, entre várias matérias abordadas, foi palco para discutir a cibersegurança das smart cities e a desinformação, um tema recorrente na C-Days e que, como referiu Lino Santos, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), “há-de ser recorrente, pois é uma área onde precisamos de trabalhar o desenvolvimento de competências, para distinguir o que é verdadeiro e falso naquilo que é o consumo de notícias no ciberespaço”.

Sob o tema Desinformação e a necessidade de um combate à disseminação de notícias falsas, Luísa Meireles, Diretora de Informação da LUSA, explicou que “hoje, o jornalismo mistura muito factos com opiniões, o que pode ser perigoso, sobretudo para pessoas menos informadas ou menos suscetíveis de ser informadas”. Perante a realidade de ser um negócio em crise, e tal como referiu, o jornalismo recorre a truques que induzem a leitura. “Alguns são benéficos e bons, se eu suscitar pela qualidade da minha escrita e pelo que eu conto a curiosidade do leitor. Mas [outros são negativos, como por exemplo] se eu começar um título a dizer uma coisa e escrever outra, para levar a pessoa a ler, ou usar outro tipo de truques, nomeadamente fazer uma abundância de emoções”, disse Luísa Meireles.

No segundo dia do evento, no painel Sociedade que destacava a Cibersegurança no Feminino, Luisa Ribeiro Lopes, Presidente do Conselho Diretivo do .PT e coordenadora-geral do programa INcoDe.2030, destacou que o painel em que estava inserida mostra a importância de haver mais pessoas na cibersegurança. “A cibersegurança, como muitas outras áreas, necessita de talento neste momento e não podemos desperdiçar metade da população. Sabemos que em tecnologia nós temos menos oferta, as mulheres não optam pelas engenharias, não optam pelas profissões TIC e essa razão faz com que na própria cibersegurança não haja tantas mulheres”, referiu Luisa Ribeiro Lopes, explicando que por esse motivo é importante falar, para que as mulheres conheçam mulheres-modelo, o que por conhecimento incentivará a escolha de áreas da cibersegurança.

No terceiro e último dia da conferência, António Gameiro Marques, Diretor-Geral do Gabinete Nacional de Segurança salientou que está na altura de mudar o tom, uma vez que as pessoas estão mais consciencializadas e mais sensibilizadas. “Eu defendo que há tempo para sensibilizar e há tempo para passar a ser mais exigente […]. É preciso ser mais exigente naquilo que as pessoas têm de fazer em prol da segurança de todos. Há um tempo para ser pedagógico e depois mais incisivo e há um tempo para inverter essa dinâmica”, destacou António Gameiro Marques.

Com os olhos postos no futuro, Lino Santos referiu que em 2025 espera estar focado na conformidade e na aposta das boas práticas feitas pelas organizações nos últimos 3 anos. “Espero em 2025 estar a colher os frutos dos investimentos que estamos a fazer em desenvolvimento de competências, quer as pessoas, com a C- academy, o programa de formação avançada em ciberegurança, e também com a Rede de Centros de Competência em Cibersegurança, que vamos criar no âmbito dos dois projetos PRR.” O coordenador do CNCS explicou que o objetivo passa por ter “indicadores de incidentes mais condicentes com o país seguro que somos”.

Para saber mais sobre o evento, acede às sessões gravadas e disponibilizadas no site oficial do evento, assim como às redes sociais do Centro Nacional de Cibersegurança, onde é possível ter acesso a vídeos com os principais destaques dos intervenientes dos painéis e ver os resumos dos diferentes dias da conferência.