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Estudo sobre competências digitais de adolescentes portugueses indica maior à-vontade em comunicação e interação
Date
02-12-2022
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Este ano, foi realizado o segundo estudo longitudinal ySkills sobre competências digitais na adolescência. Portugal foi um dos seis países europeus onde se realizou.

YSkills é um projeto financiado pela Comissão Europeia que tem como objetivo aprimorar e maximizar o impacto positivo de longo prazo do ambiente de TIC em vários aspetos do bem-estar de todas as crianças, estimulando a resiliência por meio do aperfeiçoamento das habilidades digitais.

Os questionários de 2022 foram respondidos por 956 estudantes de 8 escolas diferentes. Os resultados indicam que, em média, os adolescentes portugueses acham que sabem “fazer muito bem” 70% das atividades digitais relacionadas com comunicação e interação, entre outras, tais como: usar os meios adequados, reportar conteúdos negativos sobre si ou grupos a que pertencem ou identificar se alguém está a ser alvo de bullying.

Os valores são muito inferiores no que respeita ao número de adolescentes que acham que sabem “fazer muito bem” a procura de informação na Internet. Apenas 38% apresenta essa resposta quando se trata de atividades como usar funções avançadas nos motores de busca, escolher as melhores palavras-chave para uma pesquisa, encontrar um website, avaliar se é de confiança ou se uma informação encontrada é verdadeira.

Competências comunicacionais e de interação, por um lado, e competências de informação e navegação, por outro, continuam a ser, respetivamente, as mais e menos reconhecidas pelos 761 adolescentes que responderam ao mesmo questionário do estudo ySKILLS no ano passado. 

Cristina Ponte, investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA e coordenadora da equipa portuguesa deste estudo, destaca que as posições relativas dos quatro tipos de competências são idênticas nos seis países participantes: Alemanha, Estónia, Finlândia, Itália, Polónia e Portugal.

Em todos, as competências de comunicação e interação lideram, seguidas de perto pelas competências técnicas. Competências criativas e relacionadas com informação e navegação continuam nos lugares mais baixos, a distância considerável.  “Isso aponta a transversalidade de uma cultura juvenil marcada pela intensa comunicação e interação nas redes sociais e pelo manejo de tecnologias na palma da mão. Já a criação digital e a pesquisa crítica de informação serão atividades mais laboriosas e complexas, que exigem um suporte crítico onde a escola tem um papel fundamental”.

Consulta os resultados do questionário aqui.